Vida de princesa x real life

Sabe quando você  lê uma notícia e coloca em dúvida algumas atitudes que pratica e incentiva em seu baby no dia-a-dia?

Li um texto da Revista Crescer outro dia e fiquei me perguntando até que ponto nossas atitudes diárias afetam diretamente (ok, tudo afeta diretamente!), ou melhor,  determinam como nossos filhos serão, ou não,  no futuro. Muito bem, acredito ser impossível agir como um robô, às vezes choramos, gritamos, sorrimos, escapa alguma palavra imprópria ou alguma coisa parecida e aí você rapidamente tenta corrigir a situação para que seu filho entenda que “aquilo” não é correto, OU estamos ensinando naturalmente os nossos filhos que os humanos tem sentimentos e reações em determinadas situações?

Sei que essa é uma questão muito pessoal, mas o fato é que o  mundo está aí desse “jeito” e eu às vezes  sinto um medo profundo do que vem pela frente e fico imaginando como será o futuro para nossos filhos que nasceram nas últimas décadas.

Diversidades, sexualidade, desigualdade, escassez, corrupção, bullying, manifestações reivindicando direitos básicos… VERGONHA!

OK, não dá para levar a vida nesse clima de tensão e um pouco de fantasia cai bem nessas horas, correto?

“Para a psicóloga infantil Vera Blondina Zimmermann, da Unifesp, tudo começa com os pais e são eles que devem, antes de mais nada, fazer uma reflexão sobre como estão criando seus filhos. ‘É difícil perceber onde acertamos ou erramos quando estamos educando, mas sempre cabe a reflexão: ‘o que eu quero passar para os meus filhos? Que valores eu gostaria que eles tivessem? Que tipo de mulher ou homem eu quero que eles se tornem?’. É assim que vamos percebendo se o que estamos fazendo vai ao encontro disso ou não”, reflete.’

“Mas qual o problema da sua filha gostar das princesas da Disney? Ter bonecas Barbie? Adorar vestir roupas cor-de-rosa? Nenhum, se os pais tiverem consciência de que é preciso criar crianças mais abertas a enxergar outros referenciais. Michele Escoura discute que filmes, músicas e produtos não podem ser a única fonte de informação sobre o que é ser feliz. “As princesas da Disney carregam consigo um conteúdo que acaba funcionando como uma restrição da ideia do que é ser humano, enquanto mulher. É necessário garantir que a formação das crianças tenha também outros tipos de exemplos. A diversidade existe, e as crianças devem saber que não há apenas uma maneira de ser feliz, bonita e aceita”, conclui a antropóloga. “

Vou confessar que aqui em casa é o hit do momento são as princesas… copo de princesa, prato de princesa, livro das princesas, vestido de princesa, etc…

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Fiquei um pouco frustrada com a reportagem :) Na realidade, eu nunca tinha parado para pensar na questão das princesas do conto de fada x princesas e o mundo real..rsss

Vamos combinar que hoje em dia (principalmente para nós mulheres/mães), a cobrança rola solta né? A fulana cantora dois dias depois do parto estava a mil no Brasil em cima do trio elétrico, a outra estava posando livre, leve e solta na foto e no fundinho mil babás à disposição. Olha, vocês vão me desculpar, mas a vida real é bemmm diferente. Não no sentido pejorativo, mas no sentido “natural” mesmo.

Voltando a questão das princesas, ou qualquer outro personagem feminino/masculino, acho que tudo na medida certa faz bem. À medida que as crianças vão crescendo é possível observar até aonde eles querem reproduzir a “imagem” do personagem e aí sim pontuar e corrigir determinadas atitudes (meninos que pensam que são super heróis e querem se jogar da varanda…. ou meninas que incorporam muito a imagem da menina x boneca/princesa) que possam prejudicá–los no futuro.

Com a ajuda da psicóloga Vera Blondina Zimmermann, a CRESCER listou quatro atitudes dos pais que podem transformar a criança em uma princesa da vida real:

1) Vestimenta impecável
Quando o assunto é roupa, dois extremos podem ser prejudiciais: deixar sempre a filha escolher o que vestir e impor determinado estilo à criança. Para o primeiro caso, a dica é moderação. É legal usar vestido ou fantasia, mas é preciso um limite, imposto geralmente de acordo com a ocasião. Já para quem acha que o cabelo precisa estar sempre impecável e a roupa bem arrumada, lembre-se: sua filha é criança e, como tal, precisa brincar, pular, correr, se sujar, bagunçar os cabelos. (ops.. vou rever meus hábitos x Valentina.. Sou do tipo que arruma a filha sempre antes de sair porque realmente gosto de roupas fofas e infantis, mas acho que maquiagem ou roupas com cara de adulto não são legais para babies (opinião pessoal)).

2) Segregação de gênero
“Isso é coisa de menino”. Perceba se você costuma falar algo parecido ou ressaltar as ações que sua filha consegue ou não fazer. Construir a imagem de que meninos e meninas são duas coisas completamente distintas e que não podem compartilhar as mesmas brincadeiras é reforçar estereótipos. (OK.. por aqui não fazemos isso e a Valentina adora um carrinho)

3) Dependência
Frases como “queria parar de trabalhar”, “seu pai é quem paga as contas” ou “queria ser rica e ter muito dinheiro” saem em momentos de muito estresse ou até em tom de brincadeira, mas cuidado, na cabeça da criança isso pode soar como sinônimo de felicidade. (hummmm.. às x escapa algo do tipo, rsss..vou rever esse tópico também!)

4) Satisfazer todas as vontades
É difícil não mimar o seu filho, afinal, não há nada mais reconfortante do que aquele sorriso dele ao abrir um presente seu. Mas dar tudo o que a criança pede ou deixá-la fazer tudo o que deseja são atitudes que parecem inofensivas, mas podem gerar pessoas egoístas e mimadas no futuro. Nunca é fácil falar não ao filho, mas as restrições também o ajudam a crescer como ser humano.   (nem pensar!.. dizemos não constantemente (quando necessário), mesmo que um escândalo seja a consequência)

Confira aqui a matéria da Revista Crescer na íntegra:  clique aqui

Espero que vocês tenham gostado, bjss!

3 Comentários

Arquivado em Vida de mãe

3 Respostas para “Vida de princesa x real life

  1. Daniela

    Chiara, eu tb li esta reportagem e num primeiro momento tb fiquei decepcionada, já que além de ter várias coisas de princesas lá em casa, eu sempre falo para a Beatriz que ela é a minha princesa. Mas, por outro lado, contribuiu para que eu parasse para pensar no assunto e tentar ser um pouco mais “discreta” quando se trata deste assunto, apesar de achar que aos poucos a realidade vai sendo mostrada para a criança, devagarinho, e que é sempre bom ter sonhos e fantasias. Enfim, percebi que as minhas aflições e dúvidas não são só minhas e ainda bem que tem alguém para dividir as suas (vocês, aqui do blog) e, assim, vamos trocando ideias e “figurinhas”. Beijão nas duas, a Valentina está uma “princesa”, rsrsrs. Dani

    • Chiara

      Adorei Dani! Realmente é ótimo saber que nossas angustias são as mesmas (ou parecidas) com a de outras mães. Que bom que estamos agregando informações úteis com nossos posts :)

  2. Ali

    Ainda nao sou mae mas eh muito facil perceber que essas questoes devem passar com frequencia pela cabeca das mamaes ainda mais quando comeca a fase de educar para valer. Nao deve ser nada facil nao criar expectativas e nao repassar isso aos filhos, porque no fundinho a gente vai querer que eles tenham nossos pontos fortes e que ainda por cima sejam fortes naquilo em que acreditamos que somos mais “fracos”. Muito gente nao admite, mas filho hoje passou a ser curriculo dos pais e aih eu acho que o exercicio nao eh nada facil…..Alem disso, acho que a questao dos valores que serao repassados eh uma pratica que pode nos tornar ateh melhores como pessoas. As vezes falamos coisas sem pensar e a vida com filhos eh uma oportunidade de ponderar e refletir mais sobre o que falamos e nossas atitudes. Quanto as fantasias, acho que com ponderacao eh bem saudavel!!

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